terça-feira, 31 de março de 2015

O Vampiro Lestat

O livro autobiográfico do personagem mais famoso e cativante da autora começa com suas alto-descrições, narrado em primeira pessoa, traz o ponto de vista do Lestat de Lioncourt e sua tentativa de desconstruir a imagem criada pelo Louis no livro anterior “Entrevista com o Vampiro” (Primeiro volume da saga) já que a história virou um best-seller e chegou a milhões de cópias vendidas, atraindo assim fãs e os próprios vampiros que viviam entre os humanos sem serem notados, pois na obra literária continham segredos e mitos revelados sobre a própria raça.

Mesmo quem não acompanha a autora Anne Rice, já deve ter assistido ou ouvido falar de a “Entrevista com o Vampiro” um livro e filme mais denso, melancólico focando mais na personalidade do Louis. 

Aproveitando o sucesso do livro, ele se lança como astro de rock, lança sua própria alto-biografia e torna-se público mesclando entre ser/parecer um verdadeiro vampiro, sem ser notado pelos fãs, e sem perceber acaba despertando com sua música a temida Akasha, a Rainha dos Condenados. 

Após ser acordado de seu sono de imortalidade, ele nos mostra em 467 páginas toda a sua vida. Seu momento humano na França no século XVIII, vivendo numa família nobre, porém falida. Conhecemos suas aventuras e caças onde tenta se libertar do ambiente desprezível em que vive com seu pai e irmãos, por outro lado tem por sua mãe Gabrielle um amor incondicional. Acompanhamos sua relação com o Nicolas de Lenfent, seu primeiro amor proibido e todas as aventuras de um jovem nobre que adorava aventuras e se sentir livre. Fadados do clima monótono, tradicional e opressivo os dois fogem para Paris, onde na liberdade vivem momentos de muita bebedeira, diversão, embalados pelo violino do Nicolas, discutem sobre a vida, citam sempre o poder do “bem e o do mal” e é quando chega o momento em que ele entra no teatro e assume seu amor pela arte, música e teatro.

“A melhor personificação do personagem”

Um dos momentos mais importantes da trama é sua transformação onde conhece o Magnus, seu criador, e a partir daí começa a conviver, aprender e tentar ser o mais humano possível com os seus novos dons sobrenaturais, ele não tem em quem se apoiar e aprende a criar sua nova personalidade sozinho. A Rice mostra sua potencialidade na escrita quando nos confunde e nos faz questionar a complexidade do Lestat em relação a sentimentos, desejos, e conflitos pessoais. No auge de sua ira, natureza de predador, sádico e cruel, grande manipulador, esbanja sedução e usa de sua esperteza para atrair suas vítimas, mas comete erros e por ser impulsivo chega próximo de ser visto como um humano, e é nessa ingenuidade que sua essência humana ganha forma e entramos em suas crises existenciais.

 Em sua busca por respostas, somos apresentados a vampiros mais velhos. O Marius, que conta um pouco sobre como tudo começou, os criadores e origens, o doce e romântico Vampiro Armand do teatro dos Vampiros que narra um pouco sobre como foi criado e contamos com surpresas e reviravoltas incríveis, o retorno do Louis na história fica marcado como um dos momentos mais legais.

De várias formas é provável que muitos leitores se encantem e criem empatia pelo grande Lestat, louco, apaixonado, intenso, e extremamente impulsivo. Algumas histórias não são amarradas ao final do livro e engata numa nova e incrível história em “A Rainha dos Condenados” o terceiro volume da saga.

 *Anne Rice*
-AS CRÔNICAS VAMPIRESCAS-Volume 2 -
O Vampiro Lestat- Editora Rocco – Edição 2009 –
Texto escrito por Alison Rodrigo

segunda-feira, 30 de março de 2015

The Walking Dead - S05e06 - Conquer

Um episódio final de temporada é o mais importante da série. Ele deve finalizar a história que vem sendo contada aquele ano de forma satisfatória e ao mesmo tempo te deixar com curiosidade o suficiente para esperar meses para se encontrar de novo com aqueles personagens. Claro que ajuda quando a série é The Walking Dead e as pessoas a quem devemos esperar até Outubro para ver de novo são Rick, Michonne e Daryl. Um final a altura para uma temporada excepcional, "Conquer" não teve um monte de mortes e nem cenas de ação megalomaníacas, mas soube manter o expectador na beirada do sofá e apertando os dentes pela tensão criada pelos diálogos e situações. O Rick correndo pelas ruas de Alexandria procurando os Errantes invasores, o Glen no mato perseguindo e sendo perseguido por aquele idiota covarde que praticamente matou o Noah, a Sasha doida quase descendo bala na cabeça do padre doido, o Daryl e o Aaron encontrando o Morgan e finalmente aquele reunião na beira da fogueira para decidir o futuro de Rick dentro de Alexandria. A introdução de Alexandria foi uma virada interessante na historia. Depois de tanto tempo na estrada, o grupo tem pela primeira vez uma chance de viver com alguma dignidade e conforto. Mas água corrente, eletricidade, casas de subúrbio e um muro bem alto não servem de muita coisa quando tudo isso é governado por um monte de bananas, que abandonam os próprios amigos na primeira dificuldade e que largam o portão aberto para qualquer um, vivo ou morto, entrar e fazer o que bem quiser. Claro que eles não tem a mesma casca grossa que o grupo do Rick, mas como o ex-xerife mesmo disse, a sorte um dia acaba. O Carl e a Carol perceberam assim que chegaram ali. Os residentes de Alexandria são fracos e iriam sucumbir ao primeiro ataque minimamente organizado que batesse em seus portões. O Rick avisou, a Maggie também, mas Deanna teve que ver seu marido morrer em seus braços, morto pelo homem que o Rick tinha avisado ser uma ameaça, para perceber que seu tipo de governo não funciona mais nesse novo mundo. "Atire", ela disse para o Rick, e quando nem a esposa do cara mexeu um músculo para impedi-lo ficou claro que aquela era a decisão certa. Se Deanna governar lado a lado de Rick, talvez Alexandria tenha uma chance de manter seus muros de pé, pois não longe dali existe um grupo misterioso, fazendo armadilhas, matando pessoas de graça e marcando todo mundo com um "W" na testa. Como eu venho falando a anos para as pessoas que tem preconceito em assistir a uma série sobre zumbis, os mortos-vivos são mero detalhe na historia. Quando me junto com outras pessoas para discutir a série sempre lembramos dos relacionamentos, moralidade, uniões, separações, conspirações, manipulações e, acima de tudo, da humanidade. Os zumbis estão ali como mera desculpa para jogar os personagens nestas discussões e dar um bem vindo susto aqui e ali. E por falar nos personagens, a série nunca esteve tão boa nesse quesito como atualmente, e mesmo que não tenham tido tanta participação nessa reta final, Abraham, Eugene, Rosita e Tara conquistaram seu espaço na história e podem render, pelo menos, mortes emocionantes no início da sexta temporada. Tão boa quanto a construção e desenvolvimento dos novos personagens foi a escalação do elenco, ambos com uma diversidade notável, contando com negros, latinos e homossexuais como protagonistas. O duro agora é esperar até Outubro, mas pelo menos teremos Fear de The Walking Dead, spin-off de 6 episódios que contará com detalhes o início do apocalipse pelos olhos de outros personagens e que estréia no meio do ano.